Élite Africana

É importante reter sobretudo que foi um tremendo erro a não formação de uma élite africana em Moçambique , no período colonial embora esta pusesse alguns riscos ( fruto das circunstâncias históricas e conjunturais ) para os poderes dominantes.
A não aposta na educação dos Moçambicanos pesou nas decisões futuras da FRELIMO que se viu a braços com um país nas mãos sem um grande número de quadros nacionais , confrontou-se com a fuga dos chamados cérebros Moçambicanos , Luso-Moçambicanos e Portugueses , mais bem formados , com experiência profissional e melhor preparados .
A opção pelo sistema socialista era inevitável do ponto de vista do Partido, caso contrário cair-se-ia num ciclo vicioso em que a educação seria exclusivo dos ricos , dos poderosos , dos brancos , a que não teriam acesso a maioria negra e o risco de golpes de estado era sem dúvida maior .
Mas , infelizmente esta opção teve os seus inconvenientes , nomeadamente , o não respeito pelos direitos humanos ( de acordo com os Estados de Direito ) , o colectivismo em excesso , a não existência de uma burguesia Moçambicana não estatal afirmativa , a fuga dos poucos quadros Moçambicanos já atrás referida, que queriam um maior pragmatismo , mais liberdades e melhoria das condições de vida .
Dom Sebastião Soares de Resende e Dom Manuel Vieira Pinto , insurgiram-se no período colonial apelando para a formação , educação e respeito das populações "Índigenas" ,coisa que as autoridades não fizeram , e o resultado foi a guerra e um complicado processo de descolonização que conduziria à Independência.