sábado, 26 de janeiro de 2013

"MESTIÇO DE CORPO INTEIRO" por DELMAR DOMINGOS DE CARVALHO


Quando li este livro de autoria do meu querido amigo Delmar Francisco Maia Barrigas Gonçalves, senti a dor da incompreensão e a alegria do amor que brota dum nobre coração universalista. Esta obra ficou a meu lado, na minha secretária, uma das raras que têm essa posição.


De vez em quando leio-a, reflito, torno a ler, procuro entrar no chamado “inconsciente coletivo”, coloco-me no lugar do meu irmão Francisco, mergulhando no seu mar profundo.

A ambos, nossos queridos pais escolheram o nome de Delmar, mas ele é Francisco, o Cristo da Idade-Média, agora do século XXI, sente as dores e as alegrias da Humanidade, como um verdadeiro discípulo do Salvador. Por isso ele é mestiço produto de cruzamentos acima das raças, do amor universal, onde elas não existem e onde florescem lindas flores de todas as cores.

Podem atirar-lhe pedras que ele reenviará flores carregadas do amor fraterno, puro, que tudo perdoa, que une e eleva. Ele é um Gandhi que tanto amou e muito sofreu; ele é um Martin Luther King II, que deu a vida pela Fraternidade Universal, e, ao mesmo tempo, ele é um simples e humilde cidadão que tem raízes em Moçambique, como em Trás-os-Montes, Portugal, como em muitos outros locais, ele é timorense, ele é São-tomense, ele é cabo-verdiano, ele é brasileiro, qual Padre António Vieira, apóstolo dos índios, ele é angolano, guineense, como é inglês, francês, americano, eslavo, indiano. Embora nascido em Quelimane, Zambézia, Moçambique, filho de um pai branco e de uma mãe negra,
Delmar Gonçalves é um cidadão universal.

E porque é mestiço sente de um modo especial o amor a toda a criação, livre de dogmas, de caducas convenções sociais, de preconceitos cristalizadores, ele é um verdadeiro amigo de todos sejam quais forem as suas cores, os seus credos, os seus países.

Nele está tudo misturado, tal como na Unidade da Vida.

Por isso, quando tive a alegria e a honra de conhecê-lo, logo senti que estava perante um irmão cujo coração está cheio de amor e de compaixão.

Dizem que eu sou branco, mas não me sinto como tal, em mim também estão todos os povos e todas as cores; sucede o mesmo no meu querido amigo, ele é “ mestiço de corpo inteiro”, mas ele é Universal, e nunca o vi como mestiço, mas como um irmão do arco-íris.


28 de janeiro de 2013
Delmar Domingos de Carvalho


   
   

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